(Glória Kalil)
"Recuperando o prazer da civilidade"... Ser bem educado, capaz de receber os outros e tornar o ambiente agradável é chic. Sem civilização, sem códigos seria a barbárie, a lei do mais forte, do salve-se quem puder e a vida na cidade ou em qualquer agrupamento se tornaria impossível. Por isso a etiqueta funcionou a partir das cavernas e funciona até hoje" Do mesmo modo que a etiqueta condiciona, a moda tem suas perversidades. Podemos evitá-las?
Porque salto alto ou gravata?
A moda atual em vez de orientar, anda deixando as pessoas ainda mais separadas sem saber como lidar com ela. Ninguem mais tem certeza doque está ou não na moda. Basta dar uma olhada nos acontecimentos e nos símbolos ligados à moda e ao comportamento que representamos nas últimas décadas para entender com o viemos parar neste momento de supervalorização da imagem - hedonismo e narcisismo.
Anos 50 - Década clássica - a moda era ser bem comportado era chic ser "elegante"
Anos 60 - Década da revoluções - A moda era ser revolucionário. Chic era ser "rebelde". E a palavra em voga era Vanguarda.
Anos 70 - década da curtição. A moda era ser liberado. Chic era ser experimental.
Anos 80 - A Década do poder . A moda naturalmente era ser poderoso o que não era tão chic (Aids, yuppies - (ou hippies domesticados), Madonna e a divulgação da Era de Aquárius).
Anos 90 - A moda era ser único, o que poderia ser chic - moda grunge, minimalismo, personals trainners, academias e Prada.
Anos 2000 - A moda é ser celebridade o que pode dar em vulgaridade. Nada chic.
Celebridades no ar. O mundo globalizado faz mais distinção entre as nacionalidades dos famosos...Giselle Bundchen, Nicole Kidman, Britney Spears, Sophia Coppola, Sean Penn, Kaká, Ronaldinho...Lady Gaga...e qualquer outra pessoa que apareça na televisão
A moda introduz o conceito de costumização - da roupa exclusiva feita com as próprias mãos".
A moda introduz o conceito de costumização - da rouexclusiva "pa feita com as próprias mãos".
"Silicone or bust" - a beleza se constrói com silicone. Botox, preenchimentos, lipos cirurgias reparadoras - e não só com roupas e malhação. É a popularização da idéia de interferir no corpo através de cirugias e implantes .
O virtual suplanta o real: a década se inicia com a explosão da internet, da Nasdaq e da comunicação em rede global. É o mundo digital.
Reality show: acâmera on-line devassa a intimidade das pessoas. Tudo mundo quer seu quinhão de fama. Marcando a idéia de individualidade, a palavra estilo fica tão importante quanto moda
(Fonte: Chic[érrimo] - de Glória Kalil - Ediouro).